"Sinto presente o fim
de todos os sonhos
Nem choro mais
o consolo de ser triste."
Já não carrego a tristeza
Vivemos lado a lado e trocamos
em miúdos nossa vida diária.
Sem ela não sossego mais que um segundo
pois algo me impulsiona para realizá-la.
Já não tenho a tristeza
Somos (cada uma) as asas dessa borboleta escalafobética
amarela e azul.
O que nos divide e ampara,
-assegurando a existência-,
é esta larva incomunicante e altiva
sempre voltada para si mesma.
Cida
Muito profundo!!!
ResponderExcluirAcho que Drummond pode ser lembrado. Desde que eu li pela primeira vez (na época da minha adolescÊncia), identifiquei que este poema tinha tudo a ver comigo.
De alguma forma considerei que o seu poema está relacionado a este texto.
bjs!
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
HUmmmmmmmmmmmmm! Essa poesia de Drummond,Eliana,também me diz profundamente.Adoro!
ResponderExcluirA ausência,o vazio,e a tristeza são elementos de um mesmo conjunto,acredito.Por esta razão estamos sempre "solidários" e "bem acompanhados"! rsrsrs
Obrigada,mais uma vez, pela atenção que você sempre me dedica.Beijos! Cida