A hóstia tão branca em neve levada à boca
Rendida no céu virgem sem nuvens
Guiada pela inocente língua ainda sem paladar...
Já um sabor sinto-o agora
sem a ingenuidade de outrora
sem a pureza da entrega
dos lábios em oração...
Quem sou eu senão a mácula
por detrás do altar,de anjo vestida,
no umbral da minha contradição?
Meus pecados publicados
em pergaminhos enfumaçados;
honra,mérito,valores,apreços,
onde eu,que não me reconheço?
Quem sou eu,senão a culpada
de ter amado sem medida e cuidado
destroçando alma e corpo sagrados?
Joelhos dobrados em ato de contrição
Na esperança cruel de que em algum dia
Tuas mãos segurem fortemente as minhas
e me concedam a absolvição.
Cida
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